Texas Chainsaw 40 Anos!

A Quinzena fez uma sessão incrível quinta à noite para os 40 anos do Texas Chainsaw Massacre, que passou na seleção 1974 da paralela com um jovem Tobe Hooper. Hooper, agora um simpático senhor,  foi ovacionado ontem ao final da sessão, oito minutos sem ele saber o que fazer para agradecer tanto amor das 1000 pessoas que se submeteram mais uma vez a esse filme inacreditável. Poucas vezes a imagem de cinema teve tanta agressividade.

Na abertura da sessão, Nicolas Winding Refn foi ao palco apresentar Hooper, e ganhou ponto com muita gente e comigo pela precisão, humor e amor das suas palavras. Disse que o filme foi responsável por ele querer fazer filmes, e que quando viu The Texas Chainsaw Massacre adolescente, no Cinema Village, em Nova York, foi que ele decidiu que gostaria de traumatizar outros artisticamente da mesma maneira que o filme de Hooper havia conseguido traumatizá-lo.

Refn lembrou que 40 anos atrás o filme de Hooper deveria ter recebido a Palma de Ouro, prémio que o cara ganha por merecer, diferente do Óscar, prémio que você pode comprar. Propôs que todos ali, juntos, dessem uma Palma de Ouro afetiva para Hooper, e começou uma onda de aplausos que repetiu-se com ainda mais intensidade ao final do filme, no momento em que a tela corta de Leatherface fazendo seu balé maluco beleza no nascer laranjado do dia para o Preto, início dos créditos.

O Texas Chainsaw Massacre gerou centenas de filhotes nesses 40 anos, mas creio que nenhum tão hostil no gênero Horror. Há algo na imagem granulada do 16mm (nova cópia digital scaneada em 4K), na câmera trôpega, na música excelente rumo à música concreta, na demência da família texana que irá processar um grupo de amigos como num açougue.

Na máscara de pele humana que Leatherface usa, um homem gordo e alto, que parece correr muito bem com uma moto-serra que sopra fumaça mecânica de gasolina queimada. É a perfeita visão do inferno ser perseguido por essa criatura, sob barulho infernal, e a energia na sala era espessa.

Fomos à festa do filme, onde Hooper estava conversando com quem quisesse. A comida da festa foi fina, Steak Tartar, hamburguers mal passados e uma sobremesa que pingava sangue das suas entranhas. Na entrada, você podia tirar fotos dramáticas com fundo ensaguentado e dois assassinos empunhando moto-serras. Tudo com enorme bom gosto, yeah! Uma grande celebração em Cannes para um filme de cinema que não ficará velho nunca.

Agradecimentos ao site: Cinemarcado.net